sexta-feira, 28 de outubro de 2011

49. Pós-ludio



Heber olhou para a baia que se abria a frente do porto de Atlântida, desde que chegará, sofrera muito com os invernos rigorosos, mas nesse ano, eles descobriram como aquecer a cidade, mantendo uma temperatura agradável durante todo o ano. Diariamente ele pensava porque o Deus Altíssimo havia agido daquela forma. Em breve completaria quatrocentos e trinta e oito anos. A sociedade de Atlântida manteve-se fiel a todas as determinações do Altíssimo. Prosperaram muitíssimo, suas técnicas e conhecimentos eram soberbos. Mas no seu coração, pesava esta pergunta. Então, naquela manhã, ele viu, caminhando ao seu lado, um homem, vestido todo de branco, que lhe dirigiu a palavra:
- Heber, porque esta pergunta lhe aflige tanto o coração? Desde sua chegada aqui, sempre, em suas orações você a faz?
Imediatamente, Heber prostrou-se e adorou. E falou:
- Senhor, por quê?
- Filho meu, todas as coisas foram criadas para seus determinados fins. O fim dos homens é que me glorifiquem. No tempo devido, que Eu determinei, tudo se completará. Todos, tanto os que forem para a salvação, quanto para perdição, verão minha misericórdia e entenderão meus desígnios. Tudo o que foi, e ainda há de ser, será para que Eu seja glorificado.
Ao terminar de falar se retirou.
Heber glorificou ao Deus Altíssimo. A partir daquele dia orou para que a fosse feita conforme a vontade d’Ele.
Passados alguns dias, comemorou-se o seu aniversário, as festividades foram muitas durante os dias que antecederam a data, todas em homenagem ao patriarca. Então, já tarde da noite, Heber se retirou para seus aposentos, deixou-se e pouco antes de pegar no sono disse:
- Obrigado Senhor!...
E morreu velho e farto de dias. Satisfeito por tudo o que recebera das mãos de Deus.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

48. A Divisão



Então, no mesmo momento em que Joctã, chegava a Atlântida, e Ninrod deixava El-zedeque, que quer dizer Justiça de Deus, houve grande estrondo e a terra tremeu. E se ouviu, em toda parte, uma voz forte como trovão, que dizia:
-“Eis que esta terra esta coberta de maldade, cheia da violência dos homens. Eis que são um só povo e a língua é uma só, suas vidas são longas, logo não haverá limite para os intentos de seus corações. Meu espírito não mais lhes dará tanta longevidade, a partir de hoje vocês viveram cento e vinte anos. Não serão um povo e uma língua. E as terras não serão uma só. Dividirei e confundirei a terra!”.
E eis, que houve grande tremor, as terras moviam-se como que barcos lançados de lado para o outro em uma tempestade. Um anjo do Senhor desceu e confundiu o modo de falar dos homens, de tal forma que um não conseguia entender o outro.
Quando a terra cessou de tremer, os continentes estavam divididos e vários pedaços. O vale de Éden afundara sob as águas, para que ninguém, jamais, encontrasse as maravilha que ali, foram construídas. A ilha de Atlântida vogou para o extremo sul, onde prosperou, protegida para sempre, pela mão dos anjos do Senhor, pois jamais alguém deveria encontrar, novamente, o caminho para lá, até o Dia Final.
Pelegue voltou, para onde, outrora ficava a cidade de Babel, e viu que estava abandonada. A torre que era o orgulho de Ninrod, afundara completamente e no local havia um grande lago. Então seguiu com sua família para o norte, margeando o rio, que chamou Eufrates, como o que havia no Éden, e edificou a cidade de Ur.
Sendo, Pelegue já velho, nasceu o bisneto de seu neto. Quando lhe trouxeram a criança um anjo do Deus Altíssimo lhe apareceu e disse:
- “Nesta criança serão benditas todas as nações da terra. Ele será o pai de numerosas nações!”.
E o anjo se retirou. Pelegue muito se alegrou e bendisse o nome do Deus Altíssimo. Aquele que redime os seus escolhidos. E morreu.

sábado, 22 de outubro de 2011

47. Os escolhidos



Na noite em que caria o sétimo portão, um anjo do Senhor, percorreu todo o vale de Éden, marcando, com um sinal, a fronte daqueles que o Senhor escolherá, aqueles haviam se convertido ao Senhor e lhes ordenou que fossem para Cafarnaum.
Pelegue e o restante de seus homens foram para Cafarnaum e impediram a entrada de qualquer pessoa que não tivesse a marca em sua fronte nos portos subterrâneos. O total daqueles que foram marcados era quatorze mil e quatrocentos. Mas não havia navios suficientes para tantas pessoas.
Em Cafarnaum, havia grande tumulto. Aqueles que não foram marcados estavam desesperados, alguns choravam, outros se entregavam aos instintos, destruíam, matavam e se matavam, praticavam orgias, blasfemavam o nome do Deus Altíssimo. Tentavam entrar nos portos destruir tudo. A loucura havia tomado conta de todos os que ficaram para trás. Dentro da cidade subterrânea, os únicos que não tinham a marca, era a família de Pelegue.
Pelegue e seus soldados lutavam, para manter afastados os seus próprios conterrâneos. Enquanto esperavam, eis que a frota de Joctã retornou. Ao vê-lo Pelegue, ficou muito alegre e perguntou por que ele voltara. Joctã lhe respondeu que um anjo lhe dera a ordem e ele veio imediatamente, chegando no momento exato. Pois Ninrod entrara em Cafarnaum naquele momento.
Então, Pelegue fortificou a entra da cidade subterrânea o melhor que pode, enquanto os escolhidos embarcavam. Assim que os navios recebiam seus passageiros, partiam para Atlântida. No último navio Pelegue embarcou com sua Família, logo que zarparam e deixavam o porto, Ninrod invadiu a cidade subterrânea.
Os exércitos de Ninrod saquearam as cidades, matavam os homens e violentavam as mulheres e crianças. Durante quarenta e dois dias percorreram o Vale de semeando destruição. Após matarem todos os que ficaram para trás e saquearem a cidade, cada homem carregava quase três vezes seu peso em ouro, prata e pedras preciosas, A quantidade dos animais que capturaram era incalculável. Todos regozijavam-se com suas façanhas e a quantidade de espólio que tomara para si. A quantidade de metais preciosos era tamanha, que os soldados tomaram, para cada um, pelo menos três animais de cargas, para transportar seus tesouros.
A esquadra agrupou em alto-mar e partiram para Atlândita. Com exceção do navio em que estava a família de Pelegue. Joctã instou firmemente para que seu irmão seguisse com o restante dos escolhidos para Atlântida, porém, com firmeza maior ainda, Pelegue respondeu que deveria cumprir aquilo que o Altíssimo lhe ordenara, pois Ele sempre o abençoara, e não seria o fato de ter que permanecer em Babel que o levaria a desobedecer ao Senhor Altíssimo; além do mais se fosse para Atlântida atrairia a ira do Altíssimo sobre os que lá estivesse. Vendo que não conseguiria demover seu irmão Joctã rumou para uma enseada, nas proximidades de Babel, onde deixou Pelegue e sua família. E rumou direto para Atlântida. Lá encontrou-se com seu pai e sua mãe. Herber viveu mais trezentos anos em Atlântida, e morreu velho e farto em dias.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

46. A invasão de Éden



Era o final da tarde do décimo dia de trégua. Imperava um silêncio absoluto em El-zedeque. Era uma noite fria como nunca fora vista antes, alguns soldados Semitas, tentando se aquecer junto a fogueiras diziam que aquele frio, era causado pelo Deus Altíssimo, se afastara deles, e os entregara nas mãos de Ninrod. Todos estavam inquietos com o silêncio e o frio. Era o prenuncio da catástrofe que viria a seguir.
Cerca de uma hora antes do alvorecer, o som de uma grande explosão alertara os Semitas. O fim estava próximo.
Ninrod, durante a noite, havia enviado cerca de treze mil homens pelos estreitos caminhos que levavam até as guaritas no alto da passagem. Enquanto Anamim colocou uma imensa quantidade de explosivos no sopé da quinta muralha. Então, acendeu o pavio, e toda a extensão sul da quinta muralha veio abaixo. O barulho das explosões era o sinal de ataque para os homens no alto do penhasco.
Assim todas as guarnições que estavam no penhasco e dentro das muralhas foram mortas antes do sol raiar. Os homens de Ninrod tinham livre acesso até a sétima porta.
Pelegue conseguiu recuar com apenas metade de seus soldados para dentro do vale. Defenderam bravamente a entrada para Éden. Mas agora, Ninrod detinha o conhecimento do uso dos explosivos. E os usou até que a sétima porta veio abaixo. Também ordenara que mais de cem mil soldados transpusessem as montanhas pela rota dos espiões para atacarem a sétima porta por dentro. Em poucos dias a passagem estava aberta. Enfim o Vale de Éden foi invadido.
Judas saiu da companhia das servas, que havia lhe proporcionado todos os tipos de prazeres. Vestiu-se como um rei, estava coberto de jóias, montou em um cavalo finamente ornamentado, seguiu pelas ruínas de El-zedeque, já imaginando-se como o Rei dos Semitas, todos os soldados de Ninrod que o viam zombavam dele, chamando-o de traidor. Em seu intimo Judas dizia que os castigaria mais tarde depois de tomar posse de seu reino. Atravessou a passagem de forma altiva e orgulhosa, nem ao menos deu importância à destruição que estava diante de si. Foi a encontro de Ninrod. Chegando-se a ele disse orgulhosamente:
- Irmão Ninrod. Eis diante de você o Vale de Éden, meu reino e seu servo.
Ninrod perguntou secamente:
- Daqui em diante não há mais muralhas, ou cidades fortificadas?
- Não. Não há. Respondeu Judas.
Ninrod disse, então:
- Guardas! Levem este traidor para receber o castigo que merece.
Os guardas saltaram sobre Judas arrancando dele todas as suas jóias, retirando suas roupas, dividindo tudo entre eles. Judas berrava desesperado:
- Ninrod! Ninrod! Eu o ajudei a conquistar Gilgal.  Libertei seu filho. Você me prometeu que eu seria o rei de Éden. Eu jurei que seria seu servo. Eu não mereço...
Ninrod, mandou que os guardas o calassem e disse:
- A palavra dada a um traidor nunca é levada em conta em Babel. As leis de Babel dizem que quando um traidor é capturado deve pagar pelo seu crime. Não há perdão. A Pena para os traidores é que deverá ser supliciando antes de morrer. Um dia de tortura para cada dia de traição. Ainda bem que você aproveitou bastante estes últimos oito meses, pois agora, serão mais oito meses de dor e sofrimento nas mãos dos meus carrascos. E não se preocupe. Você não morrerá antes de cumprir sua sentença. Levem-no daqui, agora!
Judas urravam impropérios e amaldiçoava a todos, principalmente o Altíssimo por lhe negar o que era seu por direito. Ele padeceu sob todas as formas de tortura, sem jamais se arrepender, ou buscar ao Senhor.
Ninrod seguiu pelas estradas, assolando e destruindo todo o vale. Todas as pessoas que encontrava, matava imediatamente, inclusive mulheres, crianças e velhos.  Enfim, quando já não havia mais esperança de salvar o vale de Éden, os semitas pegaram em armas para lutar. Mas já era tarde demais.
Ninrod e seus homens ficaram estupefatos com a quantidade de riquezas que encontraram.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

45. A ultima defesa



A peleja prosseguiu. Os soldados de Ninrod atacavam diariamente, do alvorecer ao anoitecer. As defesas do Vale de Éden permaneceram inabaláveis.
Então, certa manhã, fria e nebulosa, alguns dos batedores voltaram com a noticia tão desejada por Ninrod. Eles encontraram um caminho até as fortificações no alto da passagem. Anamim, naquele mesmo dia aprendera com utilizar os explosivos que encontrou nos depósitos de El-zedeque. A última defesa de Éden estava com os dias contados. Logo, as últimas três portas cairiam.
Ninrod, então, ordenou que os exércitos descansassem por dez dias, antes de deflagrarem o ataque final.
Naqueles dias Pelegue pressentiu que era a calmaria que antecede a tempestade. Foi a Enos, encontrar-se com Heber, que havia optado por ficar até  o fim em sua casa. Encontrou uma grande multidão que suplicava o perdão por haver se esquecido de Deus. Ao vê-los, Pelegue, entristeceu-se e clamou ao Altíssimo que não deixasse que o Vale caísse nas mãos de Ninrod. A única resposta foi que a vontade do Deus Altíssimo deveria ser cumprida. Assim ele viu seu pai e sua mãe pela última vez. Encontrou-se com sua esposa e deixou tudo preparado para o destino que lhe fora ordenado. Seu filho estava então com oito meses.
A seguir, foi a Cafarnaum e deu as últimas ordens sobre quem poderia embarcar para Atlântida. E voltou para Betel. 

44. A queda



O racionamento de viveres estava mitigando as forças dos homens de Ninrod, estavam à beira de um motim. Quando avistaram, na tarde do vigésimo quarto dia do quinto mês, a frota de navios que trazia os reforços e os mantimentos necessários. No dia seguinte distribuíram comida fartamente para todos os soldados. Eles festejaram por sete dias seguidos. Enquanto isso, Anamim, Ninrod II e os outros generais planejavam o ataque final.
 Então, no décimo terceiro dia do sexto mês, Ninrod desferiu o ataque as muralhas de El-zedeque. As hostilidades foram intensas ao longo de todo o dia. As defesas organizadas por Pelegue mantiveram-se firmes, os soldados atacantes eram repelidos com extrema facilidade. Porém, Anamim, o general, havia saído durante a noite com toda a esquadra e manobrara para que, com o auxilio da maré que enchia à tarde, invadisse o porto. Ele mandou que os navios arremetessem diretamente contra os constados das muralhas e da torre do farol, que por causa do ataque na primeira muralha estava pouco guarnecido. Os mastros haviam sido transformados em escadas. Alguns soldados lograram entrar no porto e levantar as correntes, assim a maior a esquadra de Ninrod invadiu porto em um assalto rápido.
Os soldados Semitas, mal tiveram tempo de lacrar a quinta porta. Assim o grosso do efetivo de Pelegue ficou cercado, lutando em duas frentes. As batalhas seguiram noite adentro, ao alvorecer, toda a região do porto e do quarto pátio estava sob o controle de Anamim, que tomou o principal depósito de armas em El-zedeque, embora não soubesse com usá-las. E na primeira muralha, Ninrod, continuava a atacar. Pelegue e seus homens estavam próximos do esgotamento físico. Defenderam bravamente o primeiro e o segundo pátio por mais um dia e uma noite, entretanto os estoques de munições terminaram. Sendo numericamente muito inferior, e sem o reabastecimento vindo de dentro do vale era impossível continuar a defender aquela parte de El-zedeque. Assim na noite do décimo quinto dia, do sexto mês, os soldados de Pelegue recuaram para dentro do quinto portão, onde continuaram a defender o vale de Éden. El-zedeque caíra em poder de Ninrod e foi saqueada por sete dias e sete noites. Enquanto Pelegue fortificava o quinto portão e montava guarnições ao longo da passagem. 

domingo, 16 de outubro de 2011

43. A grande batalha.



Era o sétimo dia, do centésimo primeiro ano, quando as tropas de Ninrod começaram a se movimentar. Batedores foram enviados para encontrar um caminho pelas montanhas. Enquanto a maior parte dos exércitos, sob a supervisão de Anamin, drenava os pântanos de Genesaré. Começaram desviando o curso do rio Jordão, cerca de quarenta quilômetros ao norte. Depois cavaram uma imensa vala para canalizar as águas restantes. No décimo sétimo dia do segundo mês, o lago de Genesaré estava seco. Então, começaram a construir as máquinas de guerra, a uma distância segura.
Dentro de El-zedeque as tropas semitas observavam incrédulas as ações dos Canitas. Porém Elão e Pelegue não deram ordens de atacar.
No primeiro dia, do terceiro mês, teve inicio a grande batalha.
Ao alvorecer todo o exercito Canita colocou-se em posição de ataque, porém, não atacou por outros sete dias, apenas faziam grande barulho desde o alvorecer até ao anoitecer. Assim fizeram por sete dias. Após, nos sete dias seguintes, ao cair da noite, faziam grande barulho, durante toda a noite. Desde o anoitecer até o alvorecer. Por mais sete dias agiram assim.
Assim, na noite do décimo quinto dia, não fizeram barulho, mas armaram suas máquinas de guerra. Pois os defensores de El-zedeque, estavam dormindo. E quando o sol raiou, lançaram o ataque contra a primeira muralha e a torre do lago. Conseguiram tomar a torre do lago no primeiro ataque que fora feito. Pelegue foi acordado pelos sons de batalha e ordenou que os pelotões tomassem suas posições, comandou bravamente, e conseguiu afastar os atacantes da primeira muralha. Mas não conseguiu recuperar a torre.
Desde o décimo quinto dia até o vigésimo primeiro dia do terceiro mês, os Canitas faziam ataques em horários irregulares, ora atacavam de manhã, ora à tarde, e invariavelmente, todas as noites realizavam pequenas incursões. Deixando os soldados Semitas extenuados. Então no vigésimo primeiro dia foi desferido outro grande ataque, desta vez, longo após o anoitecer. Os Canitas conseguiram avariar a primeira porta. Mas os homens desta vez comandados por Elão conseguiram expulsar os atacantes. Quando amanheceu e os exércitos de Ninrod batiam em retirada, um dos arqueiros disparou uma flecha a esmo que feriu Elão no olho direito, encravando-se no seu crânio, e morreu instantaneamente. Por três dias, todo o vale de Éden, permaneceu de luto.
Judas, que estava com Ninrod, sentia-se como um rei, completamente absorto dos prazeres que Ninrod lhe proporcionada. Cada vez que se encontravam, Judas falava mais e mais das riquezas e objetos de valor que havia em El-zedeque e dentro do vale. E assim, Ninrod, sentia o seu desejo de possuir aquela riquezas aumentar, e seu ódio, por ter sido privado disso à muito tempo, tornava-se desmedido. Em suas conversas o traidor havia dito que o ponto mais vulnerável de El-zedeque era o porto. Anamin, o general de Ninrod, verificou tal informação e constatou que, de fato, era verdade. Assim a partir daí, aguardava ansiosamente o dia da chegada dos reforços que viriam por mar.
A fúria de Ninrod chegou a tal ponto que todos os dias eram ordenados ataques as muralhas, e ele mesmo, tomava parte das frentes de combates. Mas graças as suas soberbas defesas El-zedeque permanecia impassível. Enquanto os Canitas viam seus homens morrerem como ratos diante das armas superiores dos Semitas. O lago de Genesaré estava completamente cheio de cadáveres, o cheiro de morte tornava o ar da cidade insuportável, por isso, os moradores foram para Betel. No acampamento de Ninrod, foi imposto severo racionamento de viveres, ao ponto de alguns se alimentarem dos mortos.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

42. Celebração da Páscoa



Era o primeiro dia do centésimo primeiro ano, da saída de Babel. Dia em quês e comemora a Páscoa. Passara-se um mês desde a queda de Gilgal. Do alto da primeira muralha podia-se ver o acampamento de Ninrod. Cada morador de El-zedeque estava apreensivo depois do desastre de Gilgal. A noticia de que fora um traidor que era o responsável se espalhou logo. E mais rápido ainda os partidários de Judas contaram o que sabiam sobre os planos dele. Contaram também que ele havia ido até Ninrod com propostas de paz e que era esta a missão em que ele se empenhara. Mas pelo visto, ele havia mudado de opinião e se juntado ao inimigo.
As celebrações transcorreram sem alegrias. Cada um estava preocupado no que poderiam acontecer no dia seguinte. Alguns, cedendo ao desespero embriagaram-se com vinho. Outros foram, depois de muito tempo, aos templos pedir a ajuda do Deus Altíssimo. O Senhor ouvia estas orações de desespero e respondia: “Quando tinham paz, esqueceram-se de mim. Quando estavam fartos, satisfeitos e despreocupados não me amaram como ordenei que me amassem. Agora eu me esqueço de vocês. Me aborreço do povo que protegi e cuidei. Escolhi para mim um dentre vós que me dará uma descendência santa, pura, incorruptível, que me ouvirá e Eu os ouvirei. Quanto a vós outros, por que me esqueceram, me trocaram pelos conhecimentos e confortos materiais, eu os entrego nas mãos do vosso inimigo para que os devore”. Assim, foram respondidas, pelo o Senhor, as orações feitas naqueles dias.
Heber estava muito entristecido pelo que ocorrera a Gilgal. Elão e Pelegue cuidavam de cada detalhe da defesa de El-zedeque, dia e noite.
Então após as celebrações da Páscoa, Pelegue foi conversar a sós com seu irmão Joctã e disse:
- Meu irmão o que me foi dito pelo anjo do Senhor esta acontecendo, antes do termino deste ano nossas cidades serão destruídas. Eu lutei com todas as minhas forças para impedir a queda de Gilgal, mas mesmo assim não consegui. Lutar contra o Deus Altíssimo é inútil. Devemos cumprir aquilo que Ele nos ordena. Diga-me como estão os preparativos para a partida para Atlântida?
- Fico triste pelo que ocorreu e ainda ocorrerá. Mas temos que continuar a trabalhar independente do que venha acontecer. Desde que fui encarregado de preparar a partida para Atlântida, trabalho dia e noite cuidando dos preparativos. A cidade de Atlântida esta pronta, ele foi construída no centro da ilha, em uma enseada rochosa da baia principal. Também já copiamos todos os livros que há em Éden e os enviamos para lá. Cuidei que se enviassem exemplares de todas as máquinas, tanto industriais como domésticas, que temos, bem como técnicos especializados para montagem e manutenção. Mandamos também uma grande quantidade de alimentos, sementes e as melhores matrizes dos nossos rebanhos. Em Atlântida os invernos são muito rigorosos e estamos adaptando os animais e plantas para aquele clima. O único problema são as pessoas que deverei determinar que partam para lá. Como definiremos isso?
- Quem e quantos já partiram?
- Estão morando lá cerca de doze mil colonos, quase todos da família de Assur e da nossa. Aqueles que se dispuseram a ir, até agora, são os mais fervorosos seguidores do Altíssimo. Porém desde a queda de Gilgal, a cada dia centenas me procuram querendo embarcar. Principalmente, os que não procuram os templos à muito tempo. O que devemos fazer com estes?
- O anjo do Senhor alertou que estes devem ser deixados para trás. Quantos navios estão ancorados em Cafarnaum e El-zedeque?
- Temos quatrocentos em El-zedeque e seiscentos em Cafarnaum, todos já estão carregados e prontos para partir imediatamente. Respondeu Joctã.
- Você e Arã conhecem aqueles que permaneceram fiéis ao Altíssimo. Parta agora mesmo, chamando aos íntegros para embarcarem. Amanhã, logo ao alvorecer parta com oitocentos barcos. Deixe apenas os mais velozes para trás. Você e seus filhos partiram com os que se mantiveram puros. Os outros permaneceram para enfrentar a provação que o Altíssimo nos destinou. Quando chegar a hora, o restante, aqueles que forem provados, embarcaram nos barcos que ficarem. Ordene que os marinheiros fiquem alerta e não deixem que ninguém embarque sem autorização. Se qualquer um tentar deve ser morto. Agora vá sua missão é urgente.
Joctã, juntamente com Arã, percorreu todo o vale, naquela noite, clamando aos que se mantiveram fiéis, para deixarem tudo e os seguirem apenas com a roupa do corpo. Muitos dos que ouviram o chamado diziam: “Jamais as muralhas de El-zedeque caíram!”. Outros pensaram: “Construímos as mais belas cidades para homenagear ao Deus Altíssimo e ele não deixará que caíam nas mãos dos infiéis”. Alguns ainda caçoavam: “Nunca, jamais os infiéis conseguirão derrotar o povo do Deus Altíssimo”. E ainda uns ouviram, mas estavam tão confortáveis em suas casas, com todas as riquezas, os maravilhosos recursos e confortos que o simples fato de deixá-los para trás lhe doía no coração. E outros tantos, simplesmente estavam dormindo e nem se sequer ouviu o chamando. Destes, nenhum seguiu com Joctã. Na manhã seguinte, quando se aperceberam que alguns haviam partido, que a maioria dos navios não estava mais nos portos, houve grande choro e tumulto no meio do povo. Porém a entrada nos navios restantes foi impedida pelos homens de Pelegue.
Partiram, com Joctã, para Atlântida, doze mil pessoas, naquela manhã.
O cerco contra El-zedeque estava concluído. Em breve chegariam os reforços que Ninrod mandaram vir de Babel. As hostilidades logo recomeçariam.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

41. A queda de Gilgal



Por um segundo Judas hesitou. Mas logo se imaginou sentado em um trono de ouro e pedras preciosas sendo reverenciado como rei. Todos inclusive Heber e Elão se ajoelhado diante dele. Aqueles malditos que tanto me humilharam pagaram muito caro por isso, pensava ele. E desenhou o mapa.
Assim que terminou, Ninrod ordenou que Judas fosse levando para a tenda do rei e que as servas oferecessem os todos os cuidados adequados para o futuro rei dos semitas. Assim que Judas saiu Ninrod falou:
- Anamin, mande um pelotão verificar esta passagem, se for como nosso amigo disse, eles deverão entrar na cidade e abrir os portões. Ninrod, meu filho, assuma o comando da cavalaria. Organizem os batalhões, aqueles que puderem andar devem se preparar, tomando posição próxima à cidade, em silêncio e disfarçados. Assim que os portões forem abertos devem atacar e matar todos os que estiverem na cidade. Não destruam nada. Tudo o que estiver na cidade me pertence. Eu darei a recompensa mais tarde. Agora vão! Amanhã quando despertar, quero que a cidade esteja sob meu poder! Estou cansado! - Fez sinal para suas concubinas e se retirou para seus aposentos onde elas satisfizeram os desejos de seu rei.
Imediatamente Anamim e Ninrod II partiram para executar suas ordens. A passagem levava diretamente par dentro das muralhas e os homens de Anamim não encontraram resistência, pois Pelegue não ordenou que houvesse guardas ali, achando que ninguém conheceria os esgotos de Gilgal no exercito atacante. Por volta das três horas da manhã os três portões foram abertos. De um único assalto o exercito invadiu a cidade.
As sentinelas no alto das muralhas mal tiveram tempo para soar o alarme. Felizmente a maior parte dos Semitas estava dentro da sétima muralha e houve tempo para fechá-la. Mas todos os que não conseguiram recuar a tempo foram mortos imediatamente. Pelegue a se dar conta da situação, intentou reagir, mas as maiorias das armas estavam nos depósitos da primeira muralha. A expulsão dos invasores era impossível.
Então, fez chamada aos seus homens, cerca de cinco mil estava ali. Os outros, àquela hora estavam mortos. Destes apenas, trezentos e dezoito estava completamente armados, os outros mal tiveram tempo para correr e se salvar. Assim ordenou que os que estavam desarmados partissem imediatamente para El-zedeque e alertassem Elão, dizendo que Gilgal estava perdida e que deveriam dobrar as medidas de proteção, pois um dos Semitas os havia traído. Recebidas as ordens imediatamente embarcaram nos aerotransportes e partiram a toda velocidade.
 Para os trezentos e dezoito que ficaram. Os organizou em seis pelotões e mandou que preparasse para defender a muralha central até pela manhã. Assim que o sol raiasse, todos deveriam decolar com os aerotransportes de ataque e destruir os arsenais, os depósitos de comida e água, e avariar o máximo possível às muralhas. Pois se Ninrod ficassem com tudo intacto teriam mais forças para atacar El-zedeque.
Arduamente os homens lutaram até amanhecer. A cada minuto mais e mais soldados entravam em Gilgal, porém, antes de ir para o ataque à sétima muralha eles vasculhavam cada casa em busca de qualquer coisa de valor. Iam destruindo tudo pelo caminho. Assim que o sol nasceu, Peleque, que lutava sobre as muralhas juntamente com seus homens deu o sinal para partirem. Em poucos minutos todos estavam sobrevoando, cada pelotão indo para os seus alvos. Por um segundo, cada soldado hesitou em bombardear a cidade, que na manhã anterior defenderam. Pelegue precisou ordenar que disparassem. Assim, ao mesmo tempo, soltaram as bombas sobre Gilgal. Os principais pontos da cidade foram destruídos em questão de minutos, começou um incêndio que se espalhou pela cidade toda, grande parte das muralhas ruiu logo a seguir.
Os trezentos e dezoito choraram ver a cidade em chamas. E partiram para El-zedeque.
Ninrod fora acordado pelo barulho das explosões. Quando saiu da sua tenda e viu os aerotransportes destruindo a cidade se enfureceu de tal maneira que espancou até a morte uma serva que o acompanhara para ver o que se passava. Então, foi tomado por um ódio tão intenso que jurou destruir a todos os semitas ele não deixaria um vivo.
As chamas consumiram Gilgal por sete dias e sete noites. Morreram cerca de oitenta mil soldados que não conseguiram sair. Quando as chamas se extinguiram, muitos homens começaram a escavar os escombros ainda fumegantes na esperança de encontrar algum desposo de valor.
Ninrod enviou mensageiros para Babel ordenando que fossem enviados mais soldados, pois em dois dias de combates duzentos e trinta mil soldados morreram, mais de um terço do exercito. Ele precisaria de reforços e de mais provisões, pois os semitas não haviam deixado nenhum grão para trás.
E partiu com o cerca de trezentos e oitenta e seis mil homens para começar o cerco de El-zedeque. Armou acampamento nas proximidades da Torre do Campo, a três quilômetros da entrada de El-zedeque. Judas seguia com ele, entregando-se a todos os desejos lascivos em que era iniciado por Ninrod e suas mulheres.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

40. Trégua



Dentro da cidade os homens de Pelegue soltaram brados de alegria quando viram os homens de Ninrod, batendo em retirada. Assim que os sobreviventes voltaram para o acampamento, todos os que estavam sobre a muralha, viram aquele mar de corpos espalhados pelos campos, calaram-se, ninguém ousou dizer uma palavra, cada um imaginava o que poderia ter acontecido se os invasores tivessem conseguido entrar em Gilgal.
Pelegue pensava tristemente que aquele campo era apenas o início. Imaginou o belo vale de Éden destruído, coberto de corpos, então, se retirou para os seus aposentos para orar e chorou. Ao cair da tarde saiu para se alimentar e deu ordens para que, dentro da sétima muralha, todos os aerotransportes estivessem preparados para uma partida de emergência. Os homens não entenderam o porque da ordem, pois achavam que a cidade era inexpugnável.
De fato o era, desde que não fosse traída, fato que transcorria naquele momento.
Ninrod estava abismado. Em meio dia de combates morreram quase cento e cinqüenta mil homens e outros cem mil estavam feridos. A única coisa que o consolava era a chegada de seu filho. No jantar eles comeram juntos, Ninrod II contou a seu pai sobre o que vira e que havia conseguido que um dos Semitas traísse seu povo em troca de ser nomeado rei e tornar-se vassalo de Ninrod. Tais notícias o agradaram muito e ele ordenou que Judas fosse ter com ele. Ao vê-lo o  saudou calorosamente:
- Salve Judas! Futuro rei dos Semitas. Eu, Ninrod o acolho como meu servo e legitimo senhor destas terras!
Todos os presentes ficaram muito admirados da recepção dada ao semita. Judas ainda mais, agora tinha convicção de que seria rei e sua língua se soltou completamente.
- Salve Ninrod! Rei dos reis, senhor do mundo! Eu Judas, humilde servo, futuro senhor dos semitas, vim para colocar-me sob suas ordens. Falou com toda a pompa que costumeiramente usava nas reuniões do conselho, e que era motivo de escárnio por parte dos seus adversários.
- Meu Filho, hoje, eu sofri uma derrota lastimável. Eu não conhecia as máquinas de guerra que pertencem ao seu povo. Vocês ardilosamente se prepararam. Como não conhecia esta terra fui pego de surpresa. Mas espero que você, como meu aliado, possa me dar informações úteis para a minha, quer dizer, nossa vitória.
- Meu senhor, contarei o que deseja saber apenas se confirmar diante de todos que eu serei nomeado rei dos semitas e que estas terras farão parte dos meus domínios, em troca pagarei tributos e serei seu servo.
- Eu Ninrod, confirmo você como rei dos semitas. Confirmo também estas terras como sendo parte de seu reino. Aceito sua vassalagem e seus tributos, que em tempo oportuno fixarei. Agora conte tudo sobre estas terras.
Judas, não hesitou mais um segundo e falou:
- Nós semitas construímos um grande reino desde nossa partida de Babel. Eu sou da primeira geração nascida aqui. Construímos lindas cidades. Nossos campos são os mais férteis. Temos todo tipo de máquinas que facilitam e multiplicam nosso trabalho. Em nosso reino há sete cidades, sendo duas que vocês já viram, El-zedeque e Gilgal. Dentro do vale de Éden, do outro lado das montanhas estão as cinco cidades restantes. Gilgal e El-zedeque foram construídas para defender a entrada do vale, pois é lá dentro que estão as nossas maiores riquezas. Cada região do vale produz um artefato diferente. Havilá trabalha com ouro, prata e pedras preciosas. Belém e Gilgal cuidam dos alimentos e animais. Sucote produz todo tipo de metais e máquinas pesadas. El-zedeque e Cafarnaum são nossos portos e confecções. Betel é onde fabricamos todo tipo de produtos químicos. E em Enos, nossa capital, que fica no centro do Vale, estão nossas escolas e fábricas das técnicas mais avançadas, por exemplo, o aerotransporte é feito lá. Assim é o nosso reino. Judas estava tão cheio de orgulho em contar das riquezas de Éden, que não percebia os olhares de cobiça dos generais de Ninrod.
- Mas há quantos homens no exercito? Vocês são em quantos habitantes?
- Somos cerca de duzentos mil ao todo. Nosso exercito tem cerca de doze mil integrantes, homens e mulheres.
- O quê? Mulheres lutam?! Não há ordem entre este povo! – Vociferou Anamin um dos generais presentes, segundo em comando depois de Ninrod.
- Cale-se Anamin! – retrucou Ninrod, e virando-se para Judas, disse em tom conciliador – Judas, meu servo, hoje sofremos uma humilhante derrota, pois os defensores de Gilgal não lutaram pelas regras de combates civilizados. Usaram artifícios fraudulentos. Você conhece algum meio, que possamos usar, para lutarmos honradamente?
- Quanto as armas e técnicas do exercito não sei nada, pois sempre fui contra a guerra. Na minha infância, Elão nos ensinou técnicas de combate corpo-a-corpo, como até hoje se ensina a todas as nossas crianças, mas assim que me tornei adulto nunca me interessei pelo exército. Por isso não sei nada destas armas que eles usaram. Mas, eu nasci e fui criado em Gilgal, conheço a cidade como a palma da minha mão. Sei como entrar mesmo com os portões fechados.
- Ora! Por que não disse isso antes? Ande conte como fazemos isso? – Gritou Ninrod, agarrando Judas e o puxando para uma grande mesa onde os generais se reuniam, então abriu um pergaminho – Desenhe aqui um mapa da cidade e de como podemos entrar e depois abrir os portões.

sábado, 8 de outubro de 2011

39. A derrota de Ninrod



- Atacar!
Aos primeiros raios de sol os arautos gritavam, passando, à cavalo, por entre as fileiras do exercito Canita. A chuva da noite anterior limpara o ar e apagara o incêndio na floresta. Os soldados tomaram novo animo e viram neste pressagio o sinal da vitória.
Ninrod contemplava as rijas muralhas de Gilgal, não havia uma rachadura sequer. Ele desejava tomar posse desta e de todas as cidades dos semitas. Faze-los pagar pro frustrarem seus desejos. Quais tesouros eles haviam confeccionado nos últimos anos? Não importava, pensou ele, tudo seria dele. Ao olhar para seu exercito de mais de meio milhão de homens, correndo para fazer cumprir seu desejo, riu em voz alta e disse:
- Eu Ninrod, sou o mais poderoso Rei deste mundo. Ninguém pode resistir ao meu querer. Minhas ordens são supremas. Os deuses me obedecem. Em breve o Deus Altíssimo estará sob meu domínio! Jamais se esqueceram de meu nome. Serei imortal. Ataquem! Matem todos os semitas.
O exercito estava organizado em fileiras compactas ao longo das muralhas começando na ocidental e circundando até a muralha norte. Marcharam desabaladamente em direção ao fosso. Poderosos cavalos puxavam as catapultas, torres de assalto e outros equipamentos pesados. Os soldados de infantaria organizados em grupos de vinte, carregavam grandes pranchas de madeira para servirem de passarela sobre o fosso. Pelotões de arqueiros corriam e se posicionavam protegidos atrás de pequenas elevações.
Do alto das muralhas Pelegue observavam os movimentos iniciais do exercito atacante. Calmamente fez sinal para que todos ficassem apostos. Os arqueiros, os besteiros, as máquinas de guerra, todos esperavam o sinal de ataque.
O exercito de Ninrod aproximou-se mais. Estava a uns quinhentos metros do fosso.
Nesse momento Pelegue fez sinal para os aerotransportes decolarem de trás dos muros carregados de bombas explosivas. Os pilotos partiram a toda velocidade. Os homens ao virem tais objetos voadores se assustaram, imaginaram que eram grifos. Então os pilotos despejaram suas cargas mortíferas sobre retaguarda dos atacantes. Ao explodirem, as bombas causaram grandes baixas e enorme tumulto entre a retaguarda. Os animais da cavalaria se assustaram com o barulho e saíram e disparada derrubando seus cavaleiros.
Pelegue fez sinal para que as catapultas disparassem enormes vasos de barro cheios de combustível e com pavios acessos, que quando atingiam os soldados atacantes quebravam e incendiavam-se. Provocando uma morte horrível.
Sem opção de retornar, pois na retaguarda havia tamanho tumulto, por causa do bombardeio, que muitos homens corriam na direção da cidade fugindo das explosões, e, com medo de serem mortos como covardes, os soldados podiam apenas seguir em frente, ao se aproximarem mais do fosso receberam a carga mortífera enviada pelos defensores.  
Pelegue, agora fez sinal para que todos os atiradores tomassem posição. O primeiro ataque foi uma chuva de flechas. Após pequenos canhões portáteis disparavam cápsulas explosivas. Pelegue ordenou que cada um atirasse livremente, o mais rápido que pudesse. Quando os primeiros atacantes chegaram as bordas do fosso foram surpreendidos por lança chamas que disparavam uma mistura de combustível, betume e carvão, que mesmo dentro da água não se apagava. Os que eram atingidos pelas chamas soltavam gritos estarrecedores.
Judas e Ninrod II, chegaram durante a carnificina que desenrolava nos campo outrora férteis que ele, Judas, cultivava. A terra tornara-se rubra. Judas sentiam vontade vomitar ao ver a cena, ficou completamente desnorteado. Ninrod, pai e filho estavam enfurecidos por não terem armas como aqueles e por verem seus homens morrerem como moscas sem nem ao mesmo se aproximar das muralhas.
Pelegue andava de um lado ao outro das muralhas dando ordens. Então, viu chegada do aerotransporte de Judas, que pousou próximo da tenda de comando, por um segundo imaginou o significaria aquilo. Mas era algo para se pensar depois, havia coisas mais urgentes para se fazer. Devido a toda a agitação, Pelegue, esqueceu-se desde fato até que fosse tarde demais.
A matança prosseguiu até por volta do meio-dia, quando simplesmente era impossível andar nos campos por causa dos corpos. A terra, banhada em sangue, tornara-se uma lama que afundava até quase os joelhos. Vendo que era impossível continuar com o ataque. Ninrod ordenou a retirada.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

38. A fuga



Judas, pela segunda vez, foi disfarçado até a cela de Ninrod II, levando a refeição daquela noite. Ao entrar Ninrod disse:
- Ora, vejam! Há quanto tempo! Quem é vivo aparece! Pensei que havia desistido do nosso acordo?
- Não, não desisti, desculpem a demora, é que estava preparando tudo para a nossa partida – retirou um frasco do bolso e entregou a ninrod – Tome. O conteúdo deste frasco é um poderoso ácido, foi muito difícil de conseguir. Você deve coloca-lo nas fixações da grade da janela e esperar alguns minutos, depois é só puxa-la para dentro. Não façam barulho. À meia noite virei com um aerotransporte e sairemos pela janela, então iremos nos juntar ao seu pai. Até que eu receba a coroa de Rei dos Semitas.
- E porque você que ir conosco? Perguntou Ninrod II.
- Nenhum de vocês sabe conduzir um aerotransporte – respondeu Judas – além do mais prefiro ver a vitória ao lado dos vencedores. Agora devo sair. Estejam prontos.
Judas saiu. Quando começava a chover. Imediatamente foi até sua casa. Verificou que seu aerotransporte estava pronto e carregado com um grande quantidade de ouro, jóias e pedras preciosas, o suficiente para impressionar a Ninrod, pois ele, Judas, seria o futuro rei de Éden, e deveria trajar-se com tal doravante.
Assim que a chuva diminuiu a intensidade, Judas partiu. Ninrod II segundo e seus homens o esperavam como combinado. Todos eles ficaram receosos de entrar em algo que flutuava no ar sem fazer qualquer ruído. Ninrod II ao ver a hesitação de seus companheiros disse, já pulando para dentro do veiculo:
- Quem não entrar agora, ficará com os perdedores para ser morto.
Diante deste estimulo todo acorreram para entrar no aerotransporte e fugir. Assim partiram para a planície de Megido. Chegaram no exato momento em que Ninrod dava ordem de ataque.