- Atacar!
Aos primeiros raios de
sol os arautos gritavam, passando, à cavalo, por entre as fileiras do exercito
Canita. A chuva da noite anterior limpara o ar e apagara o incêndio na
floresta. Os soldados tomaram novo animo e viram neste pressagio o sinal da
vitória.
Ninrod contemplava as
rijas muralhas de Gilgal, não havia uma rachadura sequer. Ele desejava tomar
posse desta e de todas as cidades dos semitas. Faze-los pagar pro frustrarem
seus desejos. Quais tesouros eles haviam confeccionado nos últimos anos? Não importava,
pensou ele, tudo seria dele. Ao olhar para seu exercito de mais de meio milhão
de homens, correndo para fazer cumprir seu desejo, riu em voz alta e disse:
- Eu Ninrod, sou o mais
poderoso Rei deste mundo. Ninguém pode resistir ao meu querer. Minhas ordens
são supremas. Os deuses me obedecem. Em breve o Deus Altíssimo estará sob meu
domínio! Jamais se esqueceram de meu nome. Serei imortal. Ataquem! Matem todos
os semitas.
O exercito estava
organizado em fileiras compactas ao longo das muralhas começando na ocidental e
circundando até a muralha norte. Marcharam desabaladamente em direção ao fosso.
Poderosos cavalos puxavam as catapultas, torres de assalto e outros
equipamentos pesados. Os soldados de infantaria organizados em grupos de vinte,
carregavam grandes pranchas de madeira para servirem de passarela sobre o
fosso. Pelotões de arqueiros corriam e se posicionavam protegidos atrás de
pequenas elevações.
Do alto das muralhas
Pelegue observavam os movimentos iniciais do exercito atacante. Calmamente fez
sinal para que todos ficassem apostos. Os arqueiros, os besteiros, as máquinas
de guerra, todos esperavam o sinal de ataque.
O exercito de Ninrod
aproximou-se mais. Estava a uns quinhentos metros do fosso.
Nesse momento Pelegue
fez sinal para os aerotransportes decolarem de trás dos muros carregados de
bombas explosivas. Os pilotos partiram a toda velocidade. Os homens ao virem
tais objetos voadores se assustaram, imaginaram que eram grifos. Então os
pilotos despejaram suas cargas mortíferas sobre retaguarda dos atacantes. Ao
explodirem, as bombas causaram grandes baixas e enorme tumulto entre a
retaguarda. Os animais da cavalaria se assustaram com o barulho e saíram e
disparada derrubando seus cavaleiros.
Pelegue fez sinal para
que as catapultas disparassem enormes vasos de barro cheios de combustível e
com pavios acessos, que quando atingiam os soldados atacantes quebravam e
incendiavam-se. Provocando uma morte horrível.
Sem opção de retornar,
pois na retaguarda havia tamanho tumulto, por causa do bombardeio, que muitos
homens corriam na direção da cidade fugindo das explosões, e, com medo de serem
mortos como covardes, os soldados podiam apenas seguir em frente, ao se
aproximarem mais do fosso receberam a carga mortífera enviada pelos defensores.
Pelegue, agora fez
sinal para que todos os atiradores tomassem posição. O primeiro ataque foi uma
chuva de flechas. Após pequenos canhões portáteis disparavam cápsulas
explosivas. Pelegue ordenou que cada um atirasse livremente, o mais rápido que
pudesse. Quando os primeiros atacantes chegaram as bordas do fosso foram
surpreendidos por lança chamas que disparavam uma mistura de combustível,
betume e carvão, que mesmo dentro da água não se apagava. Os que eram atingidos
pelas chamas soltavam gritos estarrecedores.
Judas e Ninrod II,
chegaram durante a carnificina que desenrolava nos campo outrora férteis que
ele, Judas, cultivava. A terra tornara-se rubra. Judas sentiam vontade vomitar
ao ver a cena, ficou completamente desnorteado. Ninrod, pai e filho estavam enfurecidos
por não terem armas como aqueles e por verem seus homens morrerem como moscas
sem nem ao mesmo se aproximar das muralhas.
Pelegue andava de um
lado ao outro das muralhas dando ordens. Então, viu chegada do aerotransporte
de Judas, que pousou próximo da tenda de comando, por um segundo imaginou o
significaria aquilo. Mas era algo para se pensar depois, havia coisas mais
urgentes para se fazer. Devido a toda a agitação, Pelegue, esqueceu-se desde
fato até que fosse tarde demais.
A matança prosseguiu
até por volta do meio-dia, quando simplesmente era impossível andar nos campos
por causa dos corpos. A terra, banhada em sangue, tornara-se uma lama que
afundava até quase os joelhos. Vendo que era impossível continuar com o ataque.
Ninrod ordenou a retirada.
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