sábado, 8 de outubro de 2011

39. A derrota de Ninrod



- Atacar!
Aos primeiros raios de sol os arautos gritavam, passando, à cavalo, por entre as fileiras do exercito Canita. A chuva da noite anterior limpara o ar e apagara o incêndio na floresta. Os soldados tomaram novo animo e viram neste pressagio o sinal da vitória.
Ninrod contemplava as rijas muralhas de Gilgal, não havia uma rachadura sequer. Ele desejava tomar posse desta e de todas as cidades dos semitas. Faze-los pagar pro frustrarem seus desejos. Quais tesouros eles haviam confeccionado nos últimos anos? Não importava, pensou ele, tudo seria dele. Ao olhar para seu exercito de mais de meio milhão de homens, correndo para fazer cumprir seu desejo, riu em voz alta e disse:
- Eu Ninrod, sou o mais poderoso Rei deste mundo. Ninguém pode resistir ao meu querer. Minhas ordens são supremas. Os deuses me obedecem. Em breve o Deus Altíssimo estará sob meu domínio! Jamais se esqueceram de meu nome. Serei imortal. Ataquem! Matem todos os semitas.
O exercito estava organizado em fileiras compactas ao longo das muralhas começando na ocidental e circundando até a muralha norte. Marcharam desabaladamente em direção ao fosso. Poderosos cavalos puxavam as catapultas, torres de assalto e outros equipamentos pesados. Os soldados de infantaria organizados em grupos de vinte, carregavam grandes pranchas de madeira para servirem de passarela sobre o fosso. Pelotões de arqueiros corriam e se posicionavam protegidos atrás de pequenas elevações.
Do alto das muralhas Pelegue observavam os movimentos iniciais do exercito atacante. Calmamente fez sinal para que todos ficassem apostos. Os arqueiros, os besteiros, as máquinas de guerra, todos esperavam o sinal de ataque.
O exercito de Ninrod aproximou-se mais. Estava a uns quinhentos metros do fosso.
Nesse momento Pelegue fez sinal para os aerotransportes decolarem de trás dos muros carregados de bombas explosivas. Os pilotos partiram a toda velocidade. Os homens ao virem tais objetos voadores se assustaram, imaginaram que eram grifos. Então os pilotos despejaram suas cargas mortíferas sobre retaguarda dos atacantes. Ao explodirem, as bombas causaram grandes baixas e enorme tumulto entre a retaguarda. Os animais da cavalaria se assustaram com o barulho e saíram e disparada derrubando seus cavaleiros.
Pelegue fez sinal para que as catapultas disparassem enormes vasos de barro cheios de combustível e com pavios acessos, que quando atingiam os soldados atacantes quebravam e incendiavam-se. Provocando uma morte horrível.
Sem opção de retornar, pois na retaguarda havia tamanho tumulto, por causa do bombardeio, que muitos homens corriam na direção da cidade fugindo das explosões, e, com medo de serem mortos como covardes, os soldados podiam apenas seguir em frente, ao se aproximarem mais do fosso receberam a carga mortífera enviada pelos defensores.  
Pelegue, agora fez sinal para que todos os atiradores tomassem posição. O primeiro ataque foi uma chuva de flechas. Após pequenos canhões portáteis disparavam cápsulas explosivas. Pelegue ordenou que cada um atirasse livremente, o mais rápido que pudesse. Quando os primeiros atacantes chegaram as bordas do fosso foram surpreendidos por lança chamas que disparavam uma mistura de combustível, betume e carvão, que mesmo dentro da água não se apagava. Os que eram atingidos pelas chamas soltavam gritos estarrecedores.
Judas e Ninrod II, chegaram durante a carnificina que desenrolava nos campo outrora férteis que ele, Judas, cultivava. A terra tornara-se rubra. Judas sentiam vontade vomitar ao ver a cena, ficou completamente desnorteado. Ninrod, pai e filho estavam enfurecidos por não terem armas como aqueles e por verem seus homens morrerem como moscas sem nem ao mesmo se aproximar das muralhas.
Pelegue andava de um lado ao outro das muralhas dando ordens. Então, viu chegada do aerotransporte de Judas, que pousou próximo da tenda de comando, por um segundo imaginou o significaria aquilo. Mas era algo para se pensar depois, havia coisas mais urgentes para se fazer. Devido a toda a agitação, Pelegue, esqueceu-se desde fato até que fosse tarde demais.
A matança prosseguiu até por volta do meio-dia, quando simplesmente era impossível andar nos campos por causa dos corpos. A terra, banhada em sangue, tornara-se uma lama que afundava até quase os joelhos. Vendo que era impossível continuar com o ataque. Ninrod ordenou a retirada.

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