quinta-feira, 20 de outubro de 2011

46. A invasão de Éden



Era o final da tarde do décimo dia de trégua. Imperava um silêncio absoluto em El-zedeque. Era uma noite fria como nunca fora vista antes, alguns soldados Semitas, tentando se aquecer junto a fogueiras diziam que aquele frio, era causado pelo Deus Altíssimo, se afastara deles, e os entregara nas mãos de Ninrod. Todos estavam inquietos com o silêncio e o frio. Era o prenuncio da catástrofe que viria a seguir.
Cerca de uma hora antes do alvorecer, o som de uma grande explosão alertara os Semitas. O fim estava próximo.
Ninrod, durante a noite, havia enviado cerca de treze mil homens pelos estreitos caminhos que levavam até as guaritas no alto da passagem. Enquanto Anamim colocou uma imensa quantidade de explosivos no sopé da quinta muralha. Então, acendeu o pavio, e toda a extensão sul da quinta muralha veio abaixo. O barulho das explosões era o sinal de ataque para os homens no alto do penhasco.
Assim todas as guarnições que estavam no penhasco e dentro das muralhas foram mortas antes do sol raiar. Os homens de Ninrod tinham livre acesso até a sétima porta.
Pelegue conseguiu recuar com apenas metade de seus soldados para dentro do vale. Defenderam bravamente a entrada para Éden. Mas agora, Ninrod detinha o conhecimento do uso dos explosivos. E os usou até que a sétima porta veio abaixo. Também ordenara que mais de cem mil soldados transpusessem as montanhas pela rota dos espiões para atacarem a sétima porta por dentro. Em poucos dias a passagem estava aberta. Enfim o Vale de Éden foi invadido.
Judas saiu da companhia das servas, que havia lhe proporcionado todos os tipos de prazeres. Vestiu-se como um rei, estava coberto de jóias, montou em um cavalo finamente ornamentado, seguiu pelas ruínas de El-zedeque, já imaginando-se como o Rei dos Semitas, todos os soldados de Ninrod que o viam zombavam dele, chamando-o de traidor. Em seu intimo Judas dizia que os castigaria mais tarde depois de tomar posse de seu reino. Atravessou a passagem de forma altiva e orgulhosa, nem ao menos deu importância à destruição que estava diante de si. Foi a encontro de Ninrod. Chegando-se a ele disse orgulhosamente:
- Irmão Ninrod. Eis diante de você o Vale de Éden, meu reino e seu servo.
Ninrod perguntou secamente:
- Daqui em diante não há mais muralhas, ou cidades fortificadas?
- Não. Não há. Respondeu Judas.
Ninrod disse, então:
- Guardas! Levem este traidor para receber o castigo que merece.
Os guardas saltaram sobre Judas arrancando dele todas as suas jóias, retirando suas roupas, dividindo tudo entre eles. Judas berrava desesperado:
- Ninrod! Ninrod! Eu o ajudei a conquistar Gilgal.  Libertei seu filho. Você me prometeu que eu seria o rei de Éden. Eu jurei que seria seu servo. Eu não mereço...
Ninrod, mandou que os guardas o calassem e disse:
- A palavra dada a um traidor nunca é levada em conta em Babel. As leis de Babel dizem que quando um traidor é capturado deve pagar pelo seu crime. Não há perdão. A Pena para os traidores é que deverá ser supliciando antes de morrer. Um dia de tortura para cada dia de traição. Ainda bem que você aproveitou bastante estes últimos oito meses, pois agora, serão mais oito meses de dor e sofrimento nas mãos dos meus carrascos. E não se preocupe. Você não morrerá antes de cumprir sua sentença. Levem-no daqui, agora!
Judas urravam impropérios e amaldiçoava a todos, principalmente o Altíssimo por lhe negar o que era seu por direito. Ele padeceu sob todas as formas de tortura, sem jamais se arrepender, ou buscar ao Senhor.
Ninrod seguiu pelas estradas, assolando e destruindo todo o vale. Todas as pessoas que encontrava, matava imediatamente, inclusive mulheres, crianças e velhos.  Enfim, quando já não havia mais esperança de salvar o vale de Éden, os semitas pegaram em armas para lutar. Mas já era tarde demais.
Ninrod e seus homens ficaram estupefatos com a quantidade de riquezas que encontraram.


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