domingo, 16 de outubro de 2011

43. A grande batalha.



Era o sétimo dia, do centésimo primeiro ano, quando as tropas de Ninrod começaram a se movimentar. Batedores foram enviados para encontrar um caminho pelas montanhas. Enquanto a maior parte dos exércitos, sob a supervisão de Anamin, drenava os pântanos de Genesaré. Começaram desviando o curso do rio Jordão, cerca de quarenta quilômetros ao norte. Depois cavaram uma imensa vala para canalizar as águas restantes. No décimo sétimo dia do segundo mês, o lago de Genesaré estava seco. Então, começaram a construir as máquinas de guerra, a uma distância segura.
Dentro de El-zedeque as tropas semitas observavam incrédulas as ações dos Canitas. Porém Elão e Pelegue não deram ordens de atacar.
No primeiro dia, do terceiro mês, teve inicio a grande batalha.
Ao alvorecer todo o exercito Canita colocou-se em posição de ataque, porém, não atacou por outros sete dias, apenas faziam grande barulho desde o alvorecer até ao anoitecer. Assim fizeram por sete dias. Após, nos sete dias seguintes, ao cair da noite, faziam grande barulho, durante toda a noite. Desde o anoitecer até o alvorecer. Por mais sete dias agiram assim.
Assim, na noite do décimo quinto dia, não fizeram barulho, mas armaram suas máquinas de guerra. Pois os defensores de El-zedeque, estavam dormindo. E quando o sol raiou, lançaram o ataque contra a primeira muralha e a torre do lago. Conseguiram tomar a torre do lago no primeiro ataque que fora feito. Pelegue foi acordado pelos sons de batalha e ordenou que os pelotões tomassem suas posições, comandou bravamente, e conseguiu afastar os atacantes da primeira muralha. Mas não conseguiu recuperar a torre.
Desde o décimo quinto dia até o vigésimo primeiro dia do terceiro mês, os Canitas faziam ataques em horários irregulares, ora atacavam de manhã, ora à tarde, e invariavelmente, todas as noites realizavam pequenas incursões. Deixando os soldados Semitas extenuados. Então no vigésimo primeiro dia foi desferido outro grande ataque, desta vez, longo após o anoitecer. Os Canitas conseguiram avariar a primeira porta. Mas os homens desta vez comandados por Elão conseguiram expulsar os atacantes. Quando amanheceu e os exércitos de Ninrod batiam em retirada, um dos arqueiros disparou uma flecha a esmo que feriu Elão no olho direito, encravando-se no seu crânio, e morreu instantaneamente. Por três dias, todo o vale de Éden, permaneceu de luto.
Judas, que estava com Ninrod, sentia-se como um rei, completamente absorto dos prazeres que Ninrod lhe proporcionada. Cada vez que se encontravam, Judas falava mais e mais das riquezas e objetos de valor que havia em El-zedeque e dentro do vale. E assim, Ninrod, sentia o seu desejo de possuir aquela riquezas aumentar, e seu ódio, por ter sido privado disso à muito tempo, tornava-se desmedido. Em suas conversas o traidor havia dito que o ponto mais vulnerável de El-zedeque era o porto. Anamin, o general de Ninrod, verificou tal informação e constatou que, de fato, era verdade. Assim a partir daí, aguardava ansiosamente o dia da chegada dos reforços que viriam por mar.
A fúria de Ninrod chegou a tal ponto que todos os dias eram ordenados ataques as muralhas, e ele mesmo, tomava parte das frentes de combates. Mas graças as suas soberbas defesas El-zedeque permanecia impassível. Enquanto os Canitas viam seus homens morrerem como ratos diante das armas superiores dos Semitas. O lago de Genesaré estava completamente cheio de cadáveres, o cheiro de morte tornava o ar da cidade insuportável, por isso, os moradores foram para Betel. No acampamento de Ninrod, foi imposto severo racionamento de viveres, ao ponto de alguns se alimentarem dos mortos.

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