sábado, 9 de julho de 2011

Babel 27 - Cafarnaum



Ao terminarem as obras em Enos, os construtores novamente se dividiram um terço foi pavimentar as estradas de Enos para Sucote e para Havilá. Heber seguiu, pavimentando o caminho, com dois terços dos homens para edificar Cafarnaum. Edificou a cidade entre o lago e as montanhas, com o rio das grandes cachoeiras dividindo a cidade em duas partes iguais.
A cidade era entrecortada por canais, por onde era possível navegar com pequenos barcos. Nas margens do lago foi construída uma praça ricamente ornamentada. A cidade de cafarnaum era a mais bela depois de Enos.
Na parte oriental da cidade ficava a entrada para as grandes cavernas. A entrada foi ampliada e se escavou na pedra uma imponente e ampla escadaria até o nível do mar. Dentro das cavernas foram esculpidos magníficos salões, gigantescos depósitos de alimentos e todos os outros tipos de produtos. Dentro do lago foram construídos vários portos com finalidades diversas. Também havia as oficinas de construção e reforma de navios.
Para iluminar as cavernas, fizeram perfurações no teto das cavernas para entrar a luz, de tal forma, em ângulos e direções que acompanhavam os movimentos do sol ao longo das estações. Na parte externa foi colocadas lentes de cristal que captavam e concentravam a radiação solar e um feixe, que atravessavam o tubo até dentro da caverna, lá este feixe era distribuído em um complexo sistema de espelhos, iluminando de tal maneira, que quase não havia diferença de luminosidade dentro da caverna durante o dia.
Certo dia, quando as construções do sistema de iluminação estavam sendo finalizadas, um barco adentrou o porto em construção. Imediatamente conduziram seu capitão a presença de Heber.
- Saudações Heber, Hirão e Bezalel! Que a paz do Altíssimo esteja convoco! Disse Assur em tom efusivo.
- Que o Altíssimo o abençoe, irmão Assur! – Respondeu Heber, colocando de lado os projetos e planos que discutia com Hirão e Bezalel – Que bons ventos o trazem a este porto?
- Ora! Certa vez lhe disse que quando estivesse construindo este porto eu viria para inspecionar se o resultado estava a contento dos marinheiros.
- Deseja ver como estão as obras? – Perguntou Heber em tom jocoso.
- Se não for pedir demais aos nobres e ocupados irmãos?
- Será um prazer mostrar o que fizemos – Respondeu Heber – Hirão,  Bezalel queiram, por favor, inspecionar as obras no porto e na iluminação enquanto eu levo Assur para ver as instalações onde ele ira trabalhar.
Heber mostrou toda a instalação do porto e da cidade subterrânea para Assur, que ficou boquiaberto com a beleza, engenhosidade e grandiosidade do local. Depois foram ver a cidade de Cafarnaum, Assur ficou ainda mais impressionado com o que viu, ao chegar às margens do lago, ele e Heber sentaram-se em um banco continuaram a conversar:
- Heber, esta é a cidade em que eu gostaria de morar, aqui instalarei minha morada!
- Fico feliz que minhas obras o agradem, mas você não veio até aqui só para me elogiar. Qual a verdadeira razão de sua vinda?
- Bom, há três razões para conversarmos e colocarmos o Conselho a par. A primeira é uma descoberta. A segunda uma solicitação. E a terceira um problema.
- Deixe de preâmbulos e vá ao ponto, você não de fazer rodeios – respondeu Heber um tanto carrancudo.
- No último ano eu organizei uma grande expedição, queríamos atravessar o mar. Navegamos até Atlântida, de lá seguimos sempre em reto, em frente, em direção ao oriente, depois de muitos dias de viajem qual não foi nossa surpresa quanto avistamos terra.
- Que bom! Vocês conseguiram atravessar o lago salgado! Disse Heber entusiasmado – o que há do outro lado?
- Ai é que esta, não há outro lado!
- Como assim? Perguntou surpreso.
- A terra que avistamos, na verdade era a costa ocidental de Atlântida. Voltamos ao inicio. Então reabastecemos fizemos o percurso de novo, pois pensamos que havíamos feito algo errado, desta vez seguimos em direção noroeste. Depois de muitos meses, aportamos em terra novamente, mas eram as margens do extremo ocidente que, certa vez já havíamos visitado. Então navegamos para El-zedeque navegando próximo ao litoral.
- Isto quer dizer que nosso planeta tem a forma de uma esfera. Respondeu Heber maravilhado.
- Exato. Ai, chegamos ao nosso problema. Quando estávamos próximos das terras de Ninrod, cruzamos com navios Canitas, eles tentaram nos aboradar e seguir, mas nos os despistamos, pois seus barcos são menores e mais primitivos do que os nossos. Porém o ponto onde nos encontramos estava muito próximo e El-zedeque.
- Então, os filhos de Cam estão se aproximando de nós.
- Correto as preocupações de Elão são justificadas e devemos nos preparar para nos defendermos – disse Assur com veemência.
- Enfim chegara este momento, porém ainda não é a hora - replicou Heber pesaroso - Ainda falta uma razão!
- A mais importante eu deixei para o fim. Queremos colonizar a ilha de Atlântida. Há muitos entre nossos filhos, e até idosos, que desejam ir para lá. Basta que o Conselho autorize e nos dê recursos suficientes. Este será meu pedido formal.
- Achei que você tinha esquecido esta idéia maluca – disse Heber tentando disfarçar a contrariedade – quem vai querer passar mal por mais de um mês para ir para lá?
- Muito mais do que você pensa – disse Assur com certa hostilidade – Daqui seguirei para Enos, onde acontecerá a reunião, esperarei por você lá. E não se atrase, afinal você ainda é nosso presidente. Adeus.
Assur seguiu para Enos e lá chegando ficou ainda mais impressionado com a beleza da cidade. Porém de imediato começou a convencer todos os membros do conselho que chegavam da importância da colonização de Atlântida.
Pouco antes de partir para a reunião, nasceu o segundo filho de Heber, e foi chamado Joctã.

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