quarta-feira, 13 de julho de 2011

Babel 29. O vale de Éden



Após o término da construção de Cafarnaum, Heber percorreu todas as cidades do vale de Éden, acompanhado de Milca e seus filhos e filhas. Começando pela própria cafarnaum, onde os marinheiros e pescadores mudaram-se, quase de imediato, e povoaram as casas, que eram amplas, todas construídas com pedras, areia e cimento, no lago pescavam e produziam grande variedade de peixes. A cidade subterrânea tornou-se uma grande oficina de construção de navios, bem com o porto de chegada dos pescadores dos grandes peixes, de onde se retirava óleo, gordura, couros, carnes e ossos para as mais diversas atividades. Em Cafarnaum eram produzidas as pérolas.
Então, seguiu pela estrada de Havilá. A região era rica em pedras preciosas de todas as espécies, além de prata, cobre, ouro e platina (um metal apreciado pelos ouvires de Havilá, pelas suas qualidades de mudar de cor quando aquecido, apesar das dificuldades em trabalha-lo). Existiam muitas casas vazias na cidade, mas que bem breve seriam ocupadas. As oficinas os artesãos produziam as mais belas e refinadas jóias, ornamentos e utensílios, tanto de decoração quanto para outras finalidades cotidianas. Também era lá que se produziam as pedras para revestimento e acabamento das casas. Em Havilá ficava a oficina que produzia as moedas que eram utilizadas Éden. A moeda básica era a de prata, que paga um dia de trabalho de um homem e era suficiente para alimentar, por um dia uma família de quatro pessoas. Haviam moedas de valores menores feitas de cobre e de maior valor feitas em ouro e platina. Também era corrente fazer os pagamentos com pedras precisas, lapidas em tamanho padrão, que equivaliam as moedas de metal. As de menor valor eram os quartzos transparentes, e o de maior valor os diamantes.
Assim se faziam os pagamentos em Éden, os preços eram fixados anualmente pelo Conselho, e podiam variar dentro de certa margem. Todos dos moradores tinham uma profissão, homem ou mulher, podia exercer qualquer profissão a sua escolha, bastava estudar e aprender as técnicas adequadas. E recebiam quantias suficientes para sustentar suas casas.
Partindo para Belém, Heber viu diante de si os lindos campos da região. A estrada dividia as terras ao meio. Do lado norte, criavam-se os animais de corte e de leite – ovelhas, cabras e bois – e também os que eram usados para tração e transporte – cavalos, jumentos, burros. Do lado sul, ficavam as plantações de cereais, milho e especiarias (pimenta, canela, cravo, etc), quando se aproximavam  viram os pomares de todos os tipos frutos comestíveis. A cidade foi toda pavimentada com pedras em tonalidades de verde. As casas eram revestidas com padrões que lembram os campos e florestas. Os celeiros estavam abarrotados de toda sorte de alimentos. Diariamente partiam carregamentos de carnes, queijos, leite, iogurtes, cereais e frutos frescos, para todas outras cidades de Éden, que eram negociados nos mercados e centros comerciais.
Seguiu para Sucote. Lá de produziam os metais que eram utilizados na fabricação de utensílios para lavoura, para as casas e qualquer outra finalidade. Os moradores de Sucote, eram de grande engenhosidade, construíram diversas máquinas que permitiam extrair, transportar e manufaturar imensa quantidade de minério. Os artesãos criavam aparelhos e equipamentos para facilitar o trabalhos em todas as profissões. Lá se processavam ligas metálicas quase inquebráveis, que não eram atacadas pela ferrugem e qualquer outro tipo de metal de fosse necessário.
Depois foi para Betel, lá ficavam as oficinas que lidavam com os produtos e manipulação das substâncias. Em Betel, se produzia os remédios, os compostos aromáticos, as substancias de limpezas e higiene, além de combustíveis e produtos para uso na agricultura, na mineração e outras profissões. Em Betel ficava a porta de saída do vale, lá o comercio entre os artigos internos e externos florescia.
Atravessando a passagem, estava a cidade El-zedeque, a primeira que foi construída, o forte que defenderia a entrada para o Vale de Éden. Juntamente com Betel eram a região mais populosa.  Lá se comerciava os produtos que eram transportados pelo grande mar pelos membros da família de Assur, vindos de Atlântida e outras regiões distantes. Em El-zedeque, se produzia o papel, a pólvora e o cimento. No grande lago de Genesaré, um dos maiores feitos de Heber, era produzido arroz e papiro.
Subiu pela estrada de Gilgal e viu os campos de cereais e as pastagens, abundantes com em Belém. Lá se trabalhava a madeira extraída da grande floresta. Os carpinteiros de Gilgal produziam móveis belíssimos, para todas as finalidades, verdadeiras obras de artes. Também se cortava as arvores para as construções de navios, mas os carpinteiros de lá não sabiam construí-los, apenas cortavam grandes vigas que eram mandadas pelo rio Jordão para El-zedeque e Cafarnaum onde os estaleiros guardavam suas técnicas em segredo.
Heber retornou com sua família para Enos, onde construiu sua casa. Em Enos, ficavam as principais escolas e centros de estudos avançados em teologia, filosofia, matemática, astronomia, química e engenharia. Os moradores de Enos se especializaram em ensinar as ler e escrever, bem como as ciências básicas. Todas as crianças eram enviadas para lá, com a idade de dez anos, após ser alfabetizada e sua cidade local. Então estudava por onze anos, os princípios de teologia, filosofia e aprendiam as técnicas básicas dos ofícios profissionais. Aprofundava-se no conhecimento do idioma, da matemática e ciências gerais. Os períodos de estudos concentravam-se em quinze dias em Enos e quinze dias nas casa com os pais, que supervisionavam a formação básica e geral. Nos dias em Enos a rotina diária de estudos começava ao alvorecer e seguia por doze horas divididas em diversas atividades, manuais e intelectuais. Na quinzena em que ficavam nos lares, as crianças deveriam procurar uma oficina e aprender um oficio, sob a orientação dos professores e acompanhamento dos pais. Quando retornavam à escola apresentavam relatórios escritos. Aqueles que deixavam de cumprir suas tarefas, ou eram indisciplinados, ficavam sob a guarda de tutores que os orientavam, aconselhavam e quando necessário puniam rigorosamente, até com vara os educandos. Além de informar os pais da conduta do filho, que ao chegar em casa também recebia fortes reprimendas e punições.
Nos últimos três anos de sua formação, escolhia uma profissão, então além dos conhecimentos gerais, dedicava metade do seu período de estudo, em Enos,  às técnicas avançadas daquela profissão. E na quinzena de retorno ao lar ia para os centros especializados em cada cidade, para aprender o cotidiano da profissão. Caso alguém quisesse trocar de profissão bastava, retornar a Enos para repetir os três anos de estudos finais. Quando chegava ao centro especializado o aluno era acompanhado por um mestre, que o avaliava e atestava, ou não, que o candidato era apto para aquela profissão.
Assim todos os habitantes de Éden eram educados. E dedicavam-se ao trabalho com afinco e sempre eram estimulados e aprimorar e aprofundar os conhecimentos que recebiam. Novas idéias e invenções eram sempre bem recebidas e estimuladas.
Desta forma o Vale de Éden prosperou em conhecimento, tecnologia e riqueza, mais do que qualquer outro reino sobre a face da terra, em qualquer época, anterior ou que veio depois. Diz-se que tudo o que se podia descobrir ou inventar, foi construído por eles. Artefatos que depois pareciam magia ou impossíveis de serem feitos. A ciência de Éden não foi igualada jamais. Os homens e mulheres viviam mais, eram mais saudáveis, mais inteligentes do que qualquer um jamais foi. Tudo isso graças à fidelidade, a obediência aos preceitos do Deus Altíssimo.
Heber construiu sua casa em Enos, lá ele dedicava-se ao ensino e a direção do conselho, sendo que ele foi eleito presidente por cem anos consecutivos. Neste período houve paz.

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