sexta-feira, 15 de julho de 2011

Babel - 30 .Pelegue


Pelegue, o filho mais velho de Heber, tinha setenta anos, tinha filhos e filhas. Ele era o braço direito de Elão na direção dos guerreiros de Éden. Porém devido ao longo período de paz e tranqüilidade, a cada dia, tornava-se mais difícil arregimentar novos homens para a defesa do vale. Este fato o deixava muito angustiado.
Certo dia, ao alvorecer, ele caminhava com sua esposa sobre as muralhas de El-zedeque, apreciando o belo raiar do sol. As nuvens eram iluminadas em tons que iam do amarelo-ouro ao vermelho-sangue. No mar o sol criava um caminho dourado. Então ele viu como que cavalgando sobre este caminho um hoste de cavaleiros em cavalos brancos, soando trombetas em toques de guerra. Todos os cavaleiros pararam em formação de batalha as margens da praia e lá permaneceram. Então o céu se abriu e um trono desceu parando sobre os cavaleiros. Uma grande voz, forte como um trovão disse:
-“Pelegue, filho de Heber, filho de Noé!”. Naquele momento Pelegue caiu de joelhos com os olhos arregalados, sua esposa ouvia ruídos como de trovões, porém não havia raios ou nuvens de chuva. A voz constinuo:
- “Pelegue, prepara-te para a guerra, põem em ordem teus exércitos, pois daqui a um ano nascerá teu filho, e antes que ele complete seu primeiro aniversário o vale de Éden cairá. Você lutara e o defenderá bravamente, mas o coração desta geração se desviou de mim. Ordene ao teu irmão, Joctã, para que reúna aqueles que permaneceram fiéis e partam para a ilha de Atlântida. Lá deverão esperar pelo dia do julgamento. Quanto a você e seus filhos, deveram permanecer nesta terra, irão para o meio dos Camitas, pois me aprouve que se pregasse meu evangelho no meio deles. Aos que viram todas as minhas misericórdias e se rebelaram serão exterminados. Este vale desaparecerá nunca mais será achado. Assim diz o Deus Altíssimo!”.
Naquele instante Pelegue caiu no chão e chorou amargamente. Foi ao templo em Betel e chorou e Jejuou por sete dias, suplicando que o Deus Altíssimo não imputasse aquela pena ao seu povo, porém a sua resposta, no sétimo dia, foi que ele deveria cumprir o que lhe fora ordenado, pois assim ordenará o Altíssimo.
Então ele se levantou, comeu e foi para Enos, ter com seu pai. Contou sua visão e Heber disse:
- Filho não resista ao Altíssimo. Aja conforme sua palavra. Seja fiel e Deus o ajudará.
Enquanto conversavam Elão chegou com o semblante transtornado, e disse:
- Enfim aconteceu! Os espiões de Ninrod nos encontraram!
- Já sabíamos disto. Respondeu Heber calmamente.
- Mas como se isso se deu hoje? E vim imediatamente para lhes contar – disse Elão sem entender a situação – foi você Pelegue que veio aqui? Como ficou sabendo se saiu antes que eu o encontrasse em El-Zedeque?
- Tive uma visão sobre os muros de El-zedeque, há sete dias, ontem pela manhã vim comunicar o fato a meu pai.
- Mas que visão? Perguntou Elão exasperado.
- Dentro de um ano começará a guerra contra Ninrod. Respondeu em tom triste.
- Bem a captura deste homem é o inicio de tudo. Quero que vocês dois venham comigo para o interrogarmos. E há um fato que me preocupa já a alguns anos...
- Nosso exercito não esta preparado para a guerra. Respondeu Heber.
- Já sei, Pelegue o colocou a par da situação – Disse Elão olhando para Pelegue em atitude ameaçadora – mais ainda, o grupo de conselheiros liderados por Judas, esta falando cada vez mais em celebrarmos a paz com Ninrod e comerciamos com eles. Isso seria o fim de nosso povo!
- Mesmo sem isso será o nosso fim – sussurrou Pelegue, quase chorando – O Altíssimo nos julgou e muitos dos nossos foram rejeitados.
- Devemos lutar com bravura para sermos aceitos novamente – Falou Elão com veemência – mas partamos agora mesmo, o espião esta sob guarda em Gilgal. Trouxe um aerotransporte para nos levar imediatamente. No caminho prepararemos o interrogatório.

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