segunda-feira, 25 de julho de 2011

Babel 35 - A embaixada

Quinze dias após, por volta do meio-dia, avistou-se um frota de navios estranhos se aproximando. Ao cair da tarde, quarenta e dois barcos construídos pelos camitas fundearam próximos à entrada do porto de El-zedeque. Os navios eram muito pequenos se comparados aos de Assur, eram decorados com carranca e figuras horrendas. Uma grande multidão subiu nas muralhas para ver o que se passava.
Elão ordenou que um escaler fosse até aos Camitas ver o que queriam. Pelegue foi liderando a expedição, ao aportarem disse:
- Quem são vocês? O que desejam em nossas águas?
O capitão do navio falou:
- Trago a embaixada de Ninrod, o Grande, viemos cobrar o tributo que é devido ao grande rei. Nosso embaixador deseja ver imediatamente seu superior.
- Nós não somos servos de Ninrod, não pagaremos nada a ele. Quanto ao seu embaixador diga que ele vá até a praia, até as margens do lago que está na frente de nossa cidade, amanhã pela manhã, e falará com nosso líder.
Pelegue deu ordem de partir e deixou o capitão vociferando maldições por ter sido tratado daquele jeito. Amaldiçoava mais ainda porque sabia que o embaixador ficaria furioso e o castigaria.
Na manhã seguinte, ao alvorecer, Heber, Elão e Pelegue estavam na praia esperando o Embaixador que só desceu do navio por volta das três horas da tarde. Elão estava furibundo. Heber e Pelegue já haviam perdido a paciência. Quando estavam para voltar, viram que o escaler do embaixador, vir em sua direção.
Ao aportar o Embaixador disse:
- Eu sou Mizraim, embaixador do Grande Rei, imperador do mundo, Ninrod. Trago ordens de meu senhor quanto a vocês. Ninrod ordena que o líder de vocês venha comigo para pedir seu real perdão pela fuga de Sem. Ordena que vocês paguem os tributos devidos nestes anos que ficaram fugidos. Ordena que prestem vassalagem a ele. Pelo que posso ver, vocês roubaram os tributos de Ninrod para construírem esta insignificante cidade. Por isso, vocês deverão dá-la a Ninrod como reparação. Estas são as ordens de meu senhor, que não aceita qualquer objeção ou negação. Disse o Embaixador, todo afetado, que era corpulento e vestia-se de forma extravagante.
Heber respondeu:
- Nós não devemos nada a Ninrod. Tudo o que temos. Conseguimos com as bênçãos do Deus Altíssimo. Agora saia de nossas terras e mares. Diga a Ninrod que fique contente com o que tem, e não venha nos perturbar. Parta, com todos os seus navios ainda hoje.
Heber virou-se e saiu, juntamente com Pelegue e Elão. Mizraim teve um acesso de raiva, que parecia que as veias saltariam de seu pescoço. Pegou um chicote que trazia em sua cintura e desferiu um golpe violentíssimo no pescoço e um servo que lhe abanava, com grandes abanadores, o golpe cortou a garganta do homem que caiu morto.
Ao cair da noite os navios se afastaram do porto. Porém lançaram ancoras a um dia de viajem de El-zedeque, apenas um barco ligeiro rumou para Babel, levando o resultado da embaixada. Mizraim, sabendo do comportamento de Ninrod quando recebia más notícias, permaneceu com a frota, divertindo-se com os escravos e marinheiros.
Ninrod, ao receber as noticia do resultado da embaixada, ficou muito alegre, disse:
- Os deuses são favoráveis a mim. Pois se esses malditos Semitas tivessem aceitado a proposta de paz feita pelos deuses, eu seria obrigado a aceitá-la, e todos os preparativos para a guerra estariam perdidos. Mas como eles recusaram, poderei destruí-los completamente. Isso me deixa muito feliz. Mensageiro qual o seu nome?
- Acabe, Majestade!
- Por que Mizraim não me trouxe esta mensagem?
- Ele ficou com medo da reação de vossa majestade, ele acho que o senhor o mataria ao saber do resultado da embaixada.
- Eu não preciso de um embaixador que tem medo do pode lhe acontecer. Do que eu posso fazer a ele se fracassar. Você, Acabe será meu novo embaixador  gora. Tome posse de tudo o que pertenceu a Mizraim. Vá a até ele, conte-lhe isso e mate-o.
- Farei com ordena Majestade. Muito obrigado meu senhor.
Acabe se retirou, exultado em seu interior, pois Mizraim era muito rico. Ele achava que iria morrer, mas saiu da presença de Ninrod rico e era o novo embaixador. Alguns dias depois ele retornou ao navio com a carta com o selo real. Encontrou Mizraim completamente envolvido com os seus divertimentos,
Entregou-lhe a carta.
Ao terminar de lê-la, Mizraim deu um grito lacerante, jogou-se aos pés de Acabe, completamente desesperado, suplicava por misericórdia. Acabe ordenou o amarrassem pelos braços, em um pedaço de madeira, que lhe cortassem os pés e mãos e lançassem ao mar para ser devorado pelos peixes e tubarões, pois haviam muitos naquela região. Durante todo aquele dia podia-se ouvir os gritos de Mizraim. No dia seguinte restava apenas os braços e parte da cabeça dele.

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